sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Uma Área de Outro Mundo #4

Após 2 dias consecutivos de pesadelos, uma música parece povoar a mente do pobre garoto.

Uma mistúra de balada com dança robótica, pessoas pulando e se sacodindo ao som de uma música que mais parece um bate-estaca... *pãm* *pãm* *pãm* *pãm* *pãm* *pãm* *pã* *pé* *pé* *pé* *pé* *pé* *pé* *TÉ* *TÉ* *TÉ* *TÉ*... Uma luz vermelha parece piscar dígitos, algo parecido com 6:45... *TÉ* *TÉ* *TÉ* *TÉ* ...

- Puuuta que pariu!! Tô atrasado!


O moleque levanta cambaleando da cama, esmurrando seu rádio relógio. O mesmo agora indicava 6:48. 3 minutos já tinham se passado enquanto ele praguejava.

A pressa fez com que ele esquecesse que não era filho único. Esqueceu também que seu irmão dormia na cama ao lado da sua. *TOC*

- AAAAAIII.... Que porra de cama.
*TOC*
- Aaaaaaiiii.... Que porra de portinha de guarda-roupa.

Vestindo seu cinto enquanto descia as escadas, corre para apanhar seu crachá e sua carteira (vazia, lógico), em busca do ponto, torcendo pro ônibus ter atrasado incríveis 15 minutos.

10 minutos depois, quase batendo o recorde do Sain Bolt, ele chega ao ponto de ônibus.

- Ô muleque?! Tem fogo?
- Num fumo.
- Onde tu ta indo nessa pressa? Senta ai e rola um fuminho comigo.
- Num da. To indo pro trampo.
- Tu trabalha sábado?
- Hã? Sábado?!
- Eu que fumo e você que fica louco?

Pisando duro, o garoto dá meia volta, e recomeça sua caminhada, agora muito mais lentamente, em direção a sua casa, pensando: "Agora posso dormir".

- "Projeto, Projeto, Projeto, Projeto, Projeto, Projeto..." - A cabeça parecia latejar esta palavra.

- Que saco. Num posso nem durmir... Preciso resolver essa porcaria. O esquema é voltar a empresa. Ela leva 5 dias pra tirar qualquer bagulho de la de dentro. Eu tenho quatro. Se eu conseguir adiantar alguma coisa, talvez role.


***Continua no próximo horário de almoço***


(Sendo escrito por Nelson e Amigo)


Os escritores afirmam: Qualquer semelhança com os fatos cotidianos, caracteriza mera coincidência. Os autores não se responsabilizam por qualquer similaridade a fatos reais.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Amar

O amor é como uma chama controlada,
É como uma liberdade vigiada,
Que assalta todos os pensamentos,
Que estão presente em todos os momentos.

É uma falta de algo,
Que só é preenchido com respaldo, por alguém especial.

É diferente de estar preso,
Na verdade, é estar livre porém indefeso.

É uma entrega total,
Sem ver a quem, ou qual.
Uma cegueira diferente,
Onde toda a racionalidade se torna ausente.

Uma dor que assalta o sossego,
Uma consciência de total desapego.

Uma guerra interna
Pudera ser um vencedor, quem dera.

Uma loucura contida,
Em um coração com vida.
Um cérebro que assente,
O coração puro, valente.

Uma ferida que faz-se questão de tocar,
Como uma criança, infantil, que faz questão de teimar.

É a arte mais bela,
Merecedora do oscar, de música à capela.
É o rio que desemboca no mar,
É o ser humano, quando encontra a beleza de amar.


Nelson Henrique da Silva Junior

Uma Área de Outro Mundo #3

Os olhos do professor brilharam!!! Mais um sonho maléfico se concretizava.

Sem nem olhar para o lado, tomou rapidamente a caneta do bolso de sua camisa social, e apontou-a em direção à fuça do moleque, fez uma feição diabólica, e repousou o braço sobre o diário de classe aberto em sua mesa.

Virando as páginas rapidamente, em busca da classe X+Y, parou repentinamente interrompido pelos alunos da sala:

- Pssor... Pssor!!! - Perguntou um aluno bicudo.
- Que é porra?! - Respondeu o professor, levantando o olhar do diário de classe para a mão levantada do aluno.
- É que... Sabe aquele trabalho que o Sr. solicitou ontem? - Indagou o aluno, coçando sua cabeça com a lapiseira.
- Sei. É com ele que estou este cidadãozinho aqui se ferrou. - Apontando a caneta vermelha como uma espada que sentencia o garoto.
- Então pssor, é que.... ninguém fez. Nem mesmo a Gabriele. - Respondeu o garoto, encolhendo os ombros. - E olha que ela faz todos eim!
- Ah... Então os senhores precisam de mais tempo? - Perguntou o professor em tom irônico.
- Éééééé - A classe responde em coro.

O professor, rapidamente, muda as regras do jogo. Bola seu plano malígno em segundos, e retoma a postura, abandonando a caneta vermelha sobre o diário.

O cidadãozinho agradece, suspirando - Uff. - Rapidamente ele busca seu lugar, junto aos demais.

- Então senhores, já que nenhum de vocês foi capaz de realizar o trabalho solicitado, vou mostrar-lhes como sou generoso, bom e tolerante. Vou-lhes dar uma oportunidade de se redimirem com esta universidade. Os senhores deverão me entregar este trabalho, claro! Eu não iria mudar minha solicitação. Porém, os senhores deverão entregar também, além do trabalho prático, todo o desenvolvimento teórico envolvido, disponível nas páginas amarelas do nosso livro, escrito por mim, obviamente. As páginas amarelas incluem o desenvolvimento dos requisitos de criação, os conceitos e fundamentos teóricos aplicados, referências bibliográficas de ciência previamente constatada, desenhos e plantas demonstrativas do projeto final, e, claro, simulações realizadas com o protótipo, por exemplo:

- Aumento de gravidade local;
- Variação da densidade atmosférica local;
- Variação da umidade ambiente;
- Variação da temperatura de trabalho, de 150° F até 1500°C, claro, já que este projeto deverá ser aplicado também em solo marciano.

Ah, é!! Ja que ele vai ser aplicado em marte, é necessário prever os ventos solares, a suscetibilidade a radiação UV, campo magnético de 1800 Gauss, velocidade de cruzeiro para um astro que tem raio de giração superior ao terrestre, com variação orbital ao redor do sol em três eixos, lembrando que o sol gira em torno da via láctea, que tem sua própria órbita em torno da galáxia...

Enquanto o professor descarrega seu mestrado e doutorado nas costas dos recêm formados no ensino médio, o pobre garoto pensa no seu incerto futuro, comentando com seu colega ao lado:

- Porra!!! O cara quer um bagulho da NASA velho!!

E o professor segue:

- .. com massa variável ao longo da velocidade... Ei!!! Alguma dúvida senhor?!?!
- Nããã... nããã... Não, Senhor.
- Ah.. Que bom. Vou prosseguir com o enunciado da primeira página. Como eu ia dizendo...

Neste momento, o garoto se perde de seu estado, e começa ouvir algo parecido com:

- Blá, blá blá... blá blá blá blá blá, bláblábláblábláblá, blá blá ??? Então. bláblábláblá bláblá!!! Entenderam?
- Mas pssor, como assim integral da pirâmide sem topo cortada a 45°??
- Então, faz assim ó: Blábláblábláblá, bláblá, blá blá blá blá blá... Daí você tira báskara e blábláblábláblá, com uma integral definida de 0 a 754, com 5 variáveis. Dai você eleva a 0 e pronto. Dá 1!!! Entenderam?

O cidadãozinho já havia desmaiado em sua carteira. Com ligeiro esforço, levanta sua mão e pergunta:

- Fessor, são 11:55. Meu ônibus sai as 11:50.
- E? - Levanta apenas um dos ombos, já que o outro ainda estava empenhado em rabiscar a lousa, que, como um passe de mágica, havia ficado cheia de riscos brancos, que pareciam vir do além.
- Só pra saberem. Agora o trabalho vale 2 pontos na média. Se não fizer, como nossa média é 7, e vocês já estão devendo 1 ponto de ontem, é obvio que eu vou descontar, os senhores ja estarão reprovados.

Rapidamente, o sentimento de pânico se estabelece na sala. Nem mesmo o mais CDF foi capaz de tirar uma nota máxima com aquele professor na história. Era exame na certa.

- Agora podem se retirar. - Diz o professor, em ar triunfal.

O garoto, se movendo a mach 2 (2x a velocidade do som), chega ao corredor principal da universidade, que convenhamos, mais se parece um shopping do que uma intituição de ensino.

Quando o pobre garoto alcança a catraca, vê seu ônibus partir, em direção a saída dos fundos da universidade. Este era o último.

O garoto, perspicazmente, atravessa a rodovia interestadual a frente de sua universidade, paga o custo de uma viagem interestadual, pega carona com um caminhoneiro, atravessa o capão quadrado, negocia uma paranga um pivete no território de traficantes, e, finalmente, chega a sua casa.


Lar doce Lar.


***Continua no próximo horário de almoço***

(Sendo escrito por Nelson e Amigo)



Os escritores afirmam: Qualquer semelhança com os fatos cotidianos, caracteriza mera coincidência. Os autores não se responsabilizam por qualquer similaridade a fatos reais.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Uma Área de Outro Mundo #2

Neste momento os esbugalhados olhos do pequeno estagiário vislumbrou um mundo novo... Cheio de possibilidades, onde tudo era possível....

E o mesmo voltou a pensar... Eu posso fazer qualquer coisa dentro deste novo mundo!!!

Quando seu pensamento foi desperto pelo ruído estridente representando o fim do expediente, o elemento pegou 3 ônibus e retornou a seu humilde lar, como quase todos os dias, atrasado para seu terceiro turno de trabalho: A faculdade.

Enquanto, com uma das mãos, escovava seus dentes; com a outra, penteava os cabelos. Com um dos pés arrumava o material, com outro pé atendia o telefone; com a cabeça alternava entre Sim's e Não's, ouvindo sua mãe explicar como fez o jantar, como o cachorro tinha comido sua ração, e como seu pai havia aprontado novamente.

Com a mente ainda distante, o elemento realiza uma pequena parada em suas ações, perguntando com a boca cheia espuma de pasta dental:

- Mãe?!??! Se você pudesse pegar o que quisesse de um lugar que não é seu, a senhora pegaria tudo de uma vez, ou aos picadinhos?
- Muleque, o que tu tá aprontando desta vez?????
- Ah, mãe.... Responde!!
- O que eu faria, é simples. O problema é o que ta passando na tua cabeça de vento
- Ah mãe.. Fala logo!
- A resposta é obvia: Eu não pegaria nada... Num é meu!! Nada nesse mundo iria pagar a minha paz quando eu ponho a cabeça no meu travesseiro a noite.
- Mãe... Tu ta brincando né???
- Rapaz, tu tem que ser honesto. Sempre. Ta pensando que eu te eduquei como?

O moleque, neste momento, começa a sentir toneladas e toneladas de responsabilidades no lombo...


Terminada a conversa, o menino notou que não havia resultado em nada, mas mesmo assim pegou os 2 ônibus para ir a facuklade a noite, imaginando o que aconteceria quando assumisse que não fez nada. Detalhe: Chegou atrasado mais uma vez.

Era tudo que o semideus precisava.

- Tomou falta denovo, meu amigo.
- Mas... mas... Assim vou reprovar também por falta!
- Chega na hora que leva presença. A propósito, ja construiu o robô experimental para função experimental do trabalho experimental que eu passei pra ser feito com seu cérebrozinho experimental, valendo nota??
- É... é.... Tá... tá... tá quase pronto...


*** Continua no próximo horário de almoço***


(Sendo escrito por Nelson e Amigo)


Os escritores afirmam: Qualquer semelhança com os fatos cotidianos, caracteriza mera coincidência. Os autores não se responsabilizam por qualquer similaridade a fatos reais. 

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Engineering My Success

Dessa vez quem começou foi minha mãe...

Ela resolveu ressuscitar o assunto sobre minha ex-empresa, a qual me chamou para uma "visita de apresentação das novas instalações" logo após o natal...

Na hora é até legal e tal... Você fica orgulhoso por fazer tanta diferença a ponto de irem te chamar... Mas no fundo, ainda residem aquelas lembranças de um tempo que eu trabalhava12 horas por dia, tinha a carteira assinada como assistente administrativo, recebia menos que custava a mensalidade da facul, e ainda levava meu almoço de casa, numa mochila amassada na superlotada linha 122 - Parque Industrial com destino ao Jardim América.

Mas mesmo assim, ainda adorava muito, fazia tudo com todo meu empenho, carinho e amor, vestia a camisa mesmo. Fiz ovo frito, formatei PC, refiz rede, fiz manutenção em servidor, programei o próprio sistema geral que controla finanças, funcionários e permissões, conquistei novos clientes, fiz sistemas complexos como cortesia para possíveis futuros clientes, preenchi meu próprio cartão de ponto, fiz instalações elétricas, mudei até a logomarca da empresa. Tudo isto sem incentivo nenhum, financeiro ou não. Pelo contrário. quando pedi demissão, 7 meses depois de adentrar a empresa, ouvi do dono: "Eu reparei que você não estava interessado em ajudar".

Ah, eh! Esqueci de dizer que representei a empresa no Firebird Developers Day, maior evento do mundo em banco de dados Firebird... Inúmeras palestras em inglês, ministradas pelos desenvolvedores poloneses.

E, naquela época, tudo que eu queria era ser programador oficialmente, deixar de dar suporte (lembrando do registro de assistente administrativo)... Nunca escondi minha vontade de fazer a empresa crescer fazendo carreira lá.

Agora isto me assola denovo, esta proximidade de um novo fim de um ciclo, e um novo começo de outro.


É engraçado... Estou escrevendo, dentre tantos cadernos que tenho, justamente num caderno da empresa em que estou estagiando...

A cada dia que passa, vejo-me mais distante de uma oportunidade de efetivação, como alguém amarrado a uma bomba em contagem regressiva, prestes a explodir, implorando que o óbvio não aconteça, que ela falhe.

Minha mãe insiste que eu vá visitar a ex-empresa, afim de manter o "bom relacionamento", caso eu precise...

Mas não adianta. Está dentro de mim. Aquele amor virou indiferença, aquele filho que eu tinha com aquela empresa, eu abortei naquele dia.

Meu estágio se encerra em dezembro, e minhas metas são simples e claras: Além de pagar a faculdade (óbvio), quero tirar carteira de habilitação e comprar uma flauta transversal. Se eu não conseguir conquistar as 2 últimas, paciência, eu tentei. Quando der eu faço.

Quanto a facul no fim do ano, é simples. Se nada rolar até dezembro, dentro ou fora de onde estou atualmente, eu nem me matriculo em janeiro para o quarto ano. Volto só quando eu tiver condições.

Agora, uma coisa é certa: Eu não vou andar para trás, eu não vou correr atrás da minha vida...

Ela que vai ter de correr atrás de mim.

"É seu pensamento... A colher que te acompanha" (Filme "Um buda")

Já mudei minha mente. O universo que me acompanhe.


ENGINEERING YOUR MY SUCCESS.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Talento

(Você) Conseguiu traçar algo. Eu nem isso.

Só precisa lapidar. É uma constante lapidação.
Assim como em qualquer outro campo ou aspecto.

Sei lá... É complexo demais pra equacionar...
Enquanto eu tiver música como feeling, enquanto eu associar uma coisa a outra, vai ser dificil equacionar tudo e jogar na lista de skills.
Existe o treino, existem as tecnicas... Mas aquilo de dentro, que me fez arriscar Asa Branca sem nem saber quais notas correspondiam as chaves que eu estava pressionando, e sair bem o suficiente pra reconhecer na hora e me acompanhar no violão... É diferente, entende?

Não sei te explicar direito. É apenas um "outro departamento" de mim, onde posso acessar portas que seriam bem mais complicadas se passassem pelas formas burocráticas normais.

Eu acredito que pessoas iluminadas, como Oswaldo Montenegro, Chico Buarque, Zé Ramalho e outros não menos importantes, utilizam ou tenham utilizado desta porta.

Esse "atalho" que tentamos (sociedade) rotular como autodidatismo e bla bla bla; onde na verdade, os livros são só um fio fino que guia um grande aprendizado, anos luz além do livro.

(E, claro, como você disse, a porta existe pra tudo, e não apenas pra música. EU associo a música, Einstein deve ter associado à relatividade...)

Uma Área de Outro Mundo #1

Num certo dia, um estagiário de engenharia mecânica que trabalhava num setor técnico tinha um problema: Na faculdade em que estudava, um catedrático professor (que se considerava um semideus) exigiu um trabalho de robótica para o dia seguinte.

O estagiário olhou diretamente para os olhos felinos vermelhos e sanguinolentos do professor que cobrava o trabalho sem tréguas, professor este que, em outrora, tinha passado por algo semelhante, em uma classe de semideuses superiores ao próprio (ocorrência em tempos remotos).

Após uma noite de pesadelos, em que o estagiário pegava mais de 5.000 DP's e era torturado por robôs e máquinas, sempre comandadas pelos professores semideuses, eis que o mesmo acorda, já atrasado, e lembra-se imediatamente que não poderá tomar café novamente, pois precisa tomar 3 conduções até a instituição privada que o escraviza.

Chegando ao trabalho, já atrasado, e por consequência, com "o filme mais queimado do que nunca", fica devendo mais estes míseros minutos à seu chefe, tudo para ser compensado no final do mês.

Com todos estes problemas diários, mais "o trabalhinho dos infernos" que o semideus havia passado para ele na noite anterior, o mesmo ficou mais maluco do que o de costume.

Já no horário do café, com os olhos esbugalhados olhando para o nada e pensando na imensa noite de pesadelos, com tarefas astronômicas e impossíveis de serem realizadas por pessoas que não fossem super-heróis, líderes religiosos iluminados, gênios científicos da história, ex-governadores de continentes, alienígenas e outros poderosos (que é melhor nem citar), por incrível que pareça, o cidadãozinho teve uma idéia.

Observando uma caixa que, na portaria da empresa, tinha sido barrada por um guarda por não possuir um minúsculo tracinho, depois do 28º dígito do código escrito na própria caixa, quando comparado com sua própria nota de origem fiscal.

O mesmo aproximou-se e perguntou pro guarda:

- Guarda? Por que você está bloqueando este bagulho aí???
- Porque falta um traço.
- Mas o que tem dentro???
- Sei lá. Sei que falta um traço.
- É proibido abrir???
- Não, não tem regra para isto.
- Mas eu posso sair abrindo qualquer caixa por aí?
- Não faz pergunta difícil. Abre essa porra logo aí que eu já falei que não tem regra, cacete!!

Aí o moleque abriu.

Quando percebeu, abrindo a caixa, que não tinha nada lá, na mesma hora, o cidadãozinho, querendo ajudar, disse para o guarda:

- Ô, ô, ô, seu guarda?
- Que é porra?! Muleque chato!
- É, é...
- Fala logo porra. Não tenho tempo a perder com moleque estagiário, que não sabe nem o que está fazendo aqui direito.
- É, que, sabe seu guarda... Não tem nada na caixa... Isso não é estranho?!?!?!
- Moleque, isso não é comigo. Meu trabalho é ver se o código da nota fiscal está igual o da caixa, porra. Aí vem você, e quer me dar outra tarefa?!?!?! Vai voltar a caixa e pronto, acabou!!!

O menino, apesar de humilhado, observando a insensata ação do seu guarda, e, sabendo que trabalhava numa empresa de componentes robóticos, teve uma brilhante idéia.

- Porra!!! Se eu conseguir um código; Se eu conseguir uma caixa; E se eu conseguir uma nota; Eu tiro  que eu quiser desta budega!!! HeheHÊ!

E não é que o moleque foi estudar o departamento fiscal de sua empresa?!?!

Chegando lá, que surpresa! Ele descobriu que com o ignorante correto, assinando o papel correto, ele poderia tirar da empresa:

*Mamutes Brancos;
*Estegossauros;
*Mastodontes;
*Metade do prédio;
*Todo e qualquer carro da gerência;
*A secretária;
*Entre outros.

Apenas, utilizando atributos como:

*Saída para sucata;
*Doações;
*Simples Remessa;
*Não sujeito ao fisco;
*Simples Nacional;
*EPP-Empresa de Pequeno Porte;
*ST - Substituição Tributária;

Tudo utilizando estes malucos e surreais termos fiscais que não servem para nada a não ser dar nome a coisas que não se explicam.

Pronto. Tava quase tudo pronto. HaHÁ!!!




***Continua no próximo horário de almoço***


(Sendo escrito por Nelson e Amigo)


Os escritores afirmam: Qualquer semelhança com os fatos cotidianos, caracteriza mera coincidência. Os autores não se responsabilizam por qualquer similaridade a fatos reais. 

domingo, 23 de janeiro de 2011

Metade


Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade
também.


Oswaldo Montenegro - Metade

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Super População

Primeira vez que escrevo no horário de almoço do meu trabalho.

Vamos lá.



Já fazem algumas semanas que os sucessivos eventos relacionados as chuvas fortes não saem da mídia, e, por consequência, da boca do povo.

Acredito que, nem que eu me esquivasse, estaria longe de discussões sobre o assunto. Inevitavelmente, o assunto acaba aumentando a minha (já superlotada) cabeça de pensamentos.

O cliché (e óbvio) sempre vem primeiro, criticando o setor administrativo. Não posso deixar de recordar das divisões entre partidos políticos, onde os Petistas criticam negativamente os Tucanos, e vice versa.

Pena que praticamente sempre as críticas são negativas, destrutivas.


Está claro que não estou afim de tratar sobre isso... A mídia já faz isto por mim.

Quero pensar de um patamar mais amplo, quero pensar sobre a humanidade.

E aí? O que faremos???

Para mim está claro que tirar pessoas das áreas de risco não resolve nada, afinal, enfiar um matuto num apartamento apertado no Rio de Janeiro seria o mesmo que mata-lo.

Outro fato que impede esta medida "de contenção" é a super população humana. Isto eleva a linha de pensamento a um patamar ainda maior, já que este é um problema que, apesar de aparecer com maior mortalidade nesta época do ano, ele nos assola 365 dias por ano.

E aí? O que faremos???

1. Esperar até o momento em que gladiaremos entre nós por um pedaço de terra até que só sobrem os "mais fortes"?
2. Deixar a natureza escolher "quem vive e quem morre"?
3. Continuar culpando os políticos, sendo que eles também não sabem como resolver a super população mundial?
4. Investir em programas rigorosos de controle de natalidade, e esperar que a super população envelheça e morra naturalmente, restando os novos adultos, agora controlados e aculturados? (Acho que não da pra esperar 30 anos ou mais).
5. Fazer uma xassina mundial? (Isso já vem sendo cogitado pelos iluminatis a um bom tempo)
6. Continuar "fazendo a sua parte" recolhendo os corpos?
7. "Deixa a vida me levar, vida leva eu" ??

Eu não sei. Todas elas me parecem absurdas. E é ai que eu paro, sem saber pra onde ir ou o que pensar.



Até porque, já acabou meu horário de almoço a uns 15 mins atrás. Bora voltar a quebrar pedras.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A Borboleta e o Jardim

"Plante seu jardim e decore sua alma ao invés de esperar que alguém lhe traga flores"
(William Shakespeare)

Amanheceu, e a frase latejava em minha mente... Por que Shakespeare se pronunciaria tão auto-suficiente, tão "amor próprio" ???

Me veio a mente o post anterior. Me veio a mente a frase de uma importante amiga.

Agora parece fazer sentido.

Ele não estava falando sobre amor próprio, indiferença, individualismo ou qualquer outra coisa egocentrista. Ele estava falando de como as coisas funcionam.

Assim como eu "descobri" (é ultrajante dizer isso, mas, anyway... não tenho outra palavra para usar mesmo...) que não se pode mudar alguém, ele também descobriu, muito antes de mim, no tempo.

A palavra borboleta ainda palpitava, em meio a conclusão recém chegada de que Shakespeare não estava sendo tão "óbvio" assim. Sem dúvida, mérito da Lorena.

E não precisei de muito mais, para achar frases que ainda não conhecia, mas que diziam exatamente o que havia acabado de concluir. Qual a palavra-chave na busca??? Adivinha!


"Não corra atrás das borboletas; plante uma flor em seu jardim e todas as borboletas virão até ela."
(Walter Ehlers)

"O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você."
(Mário Quintana)


Afinal, que jardim que não gosta de lindas borboletas? E que borboletas não gostam de um lindo jardim? E melhor ainda, quem não quer ser jardim e borboleta ao mesmo tempo??? Se ser um, ou outro, ja é tão dificil, imagina ser os dois simultâneamente.

Mas é bom lembrar, Nelson, que não basta ser um jardim, ou uma borboleta. Tem que ser O jardim, A borboleta. Jardins e borboletas existem aos montes, bilhões, por ai, batendo cabeças nas ruas.

Portanto, cuide bem do teu jardim, e seja a borboleta que todo jardim sempre sonhou.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Amor Próprio

Sentimentos e raciocínios duelam violentamente pelo controle de um ser que não sabe encontrar a temperança.

Brigam, se dilaceram, numa batalha onde quem perde, é sempre o ser que os contém: O ser humano.

Talvez uma dádiva, talvez uma maldição.


"Quando eu me perco, é quando eu te encontro [...]"
(Tico Santa Cruz - Você me faz tão bem)



"Entreabertura, pequenas conquistas
E você nem imagina o quanto eu me perco por te achar
O quanto eu me esqueço pra te lembrar
De que o suficiente não agrada a qualquer um."
(Denis Eduardo Fonseca - 2007)


Bem? Será mesmo??? Difícil acreditar que tanta dor é boa.

Não é preciso andar muito pra encontrar histórias iguais com nomes próprios diferentes. Mudam as roupas, os locais, as palavras. A essência é sempre a mesma.

E não me surpreende que já exista o anti-vírus, para este vírus. A receita de bolo ja existe, e não é de hoje: Respeite a você mesmo.

Difícil é achar quem cumpra. Até hoje nunca encontrei alguém que consiga cumprir integralmente. Existem os hipócritas, que mal enxergam seu traseiro sujo, e gritam aos 4 ventos que estão acima desta característica humana.

Existem também os relacionamentos utópicos, onde os defeitos parecem não existir. Claro! Eles não estão a mostra para você, e sim para outro. Assim você continua sendo fã desta pessoa, enquanto ela descarrega todas as inseguranças num bobo qualquer.

O que posso alegar, HOJE, é que preciso me respeitar mais. Porque, no final das contas:

"Eu me amo, eu me amo. Não posso mais, viver sem mim"
(Ultraje a Rigor - Eu me amo)




E aqui, eu sou eu, e também sou você; e você é você, e também é eu.

domingo, 9 de janeiro de 2011

A Pessoa Errada

Não é de meu hábito postar textos de pessoas famosas... Além de ser clichê demais, a pessoa já é famosa, não é? Então eu não preciso dar vida a algo que já tem vida própria... Mas enfim.


(Presta atenção no texto ao invés de perguntar de quem é)

Pensando bem
Em tudo o que a gente vê, e vivencia
E ouve e pensa
Não existe uma pessoa certa pra gente
Existe uma pessoa
Que se você for parar pra pensar
É, na verdade, a pessoa errada.
Porque a pessoa certa
Faz tudo certinho
Chega na hora certa,
Fala as coisas certas,
Faz as coisas certas,
Mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas.
(Quase nunca, eu diria.)
Aí é a hora de procurar a pessoa errada.
A pessoa errada te faz perder a cabeça
Fazer loucuras
Perder a hora
Morrer de amor
A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar
(uns dias*)
Que é pra na hora que vocês se encontrarem
A entrega ser muito mais verdadeira
A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa
Essa pessoa vai te fazer chorar
Mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas
Essa pessoa vai tirar seu sono
Mas vai te dar em troca uma noite de amor inesquecível
Essa pessoa talvez te magoe
E depois te enche de mimos pedindo seu perdão
Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado
Mas vai estar 100% da vida dela esperando você
Vai estar o tempo todo pensando em você.
A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo
Porque a vida não é certa
Nada aqui é certo
O que é certo mesmo, é que temos que viver
Cada momento
Cada segundo
Amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo,
querendo,conseguindo
E só assim
É possível chegar àquele momento do dia
Em que a gente diz: "Graças à Deus deu tudo certo"
Quando na verdade
Tudo o que ele quer
É que a gente encontre a pessoa errada
Pra que as coisas comecem a realmente funcionar direito pra gente...





(Só não esquece que a pessoa errada também procura a pessoa errada, ela não é auto-suficiente)

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Reforma!

Não costumo abordar temas socio-econômicos no blog, mas enfim, hoje é o que deu vontade de escrever.


É inacreditável a força e a vontade que este sistema empreende no intuito de sugar minha alma.

Interferem na sua essência, atacando itens essenciais (Dud), como a naturalidade das coisas, a fisionomia das pessoas, a estabilidade emocional.

Te bombardeiam com coisas fúteis, te imergem em produtos artificiais, te confundem com informações cult.

Me sinto realmente lesado a cada vez que pago a fortuna nomeada "mensalidade" na minha faculdade, e olha que este é meu único "compromisso" a ser pago. Fico bastante triste só de pensar em meu pai, que sustenta a casa sozinho.

Eu e o restante do país, talvez do mundo, estamos bastante cansados de ver caras velhas com ternos novos dizendo sempre a mesma coisa, aguardando o futuro chegar, postergando o nabo para as próximas gerações, que, ainda mais infelicitadas, sofrerão certamente de mal maior que o meu.

Meu post não é o primeiro nem o último abordando tal assunto, e eu também não vejo outra solução além de aguardar o colapso da "New World Order", que está bem próximo, por sinal, considerando que nossos "Novos RG's" ja vem em inglês, uma lingua que eu adoro. Pena que pesou nesta lingua a maldição da globalização.

Se 20% dos eleitores votaram em branco, ou em nulo (Sim, mais que os 19% da "Onda Verde - Marina Silva" ninguém divulga estas coisas), será que não tem alguma coisa errada? Agente precisa de quantos % de abstinência? 50%? Será que 50% do Brasil tem que deixar de votar pro Sr. Obama tirar a bunda da cadeira e parar de chamar nosso presidente de "Você é o Cara"? Será que existe outra forma de chamar atenção do mundo que não seja fazendo festinha pro sistema, ou fazendo GUERRA?

Quero ajuda. Preciso de ajuda. Sei que sou bastante ignorante, sei que preciso aprender muito ainda, mas não sou idiota. Eu sei BEM a diferença entre cultura de subsistência, onde a familia RALA FISICAMENTE, mas tem MESA FARTA E FELIZ, e esse NeoLiberalismo Consumista, onde a família RALA MORALMENTE, e NÃO TEM MESA, já que "ninguém tem tempo pra família, amigos, tempo pra ser gente, tempo para amar.".

Revolta? Virou Emo? Não.... De tempos em tempos eu me lembro do quanto minha existência é importante e do quanto o sistema me fode.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Imperfeição

Não sei como começar esse texto.

Mas eu sei a idéia que quero passar... Inclusive já dei o título, algo que não tenho o hábito de fazer nos meus devaneios.

Anyway.

A imperfeição humana é fundamental. Por que? É mais simples do que parece...

A começar pelo fato de que, quando imagino algum ser perfeito, não imagino apenas humanos. Normalmente minha imaginação pinta tudo, ao mesmo tempo que ilustra nada. Cada pedaço de mim pede uma coisa, e não está tudo concentrado num único corpo de carne e osso. Isto sem contar a variável tempo, que joga tudo no lixo e começa tudo outra vez, a todo momento.

Sei la, parece sem nexo, né? Pois então, é isso que faz mais sentido.

A perfeição me enlouquece, a perfeição me destrói. E não só a mim, como a tudo e todos. Destrói o mundo, destrói as pessoas.

O que faz cada ser são seus problemas, peculiaridades, meios de sobrevivência, formas de amor. É aquilo que torna cada um único, num mundo onde todos são iguais.

Enfim, humanos. Aproveitem de vossa imperfeição, já que, um dia, talvez venhamos a perder esta dádiva, e teremos de existir em função de outra característica, até então desconhecida. Eu chuto o amor, mas isso é assunto pra outro post.



Post inspirado pelo filme Tron, escrito em 1982.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Faxina

É, funcionou mesmo.

A idéia de mudar começando de fora para dentro esta dando certo.

Comecei por você, meu caro blog. Foi meu pontapé inicial.

Não mudei sua essência, aquela coisa Clean, mas acho que consegui mostrar que agora você tem novas cores, novos sabores, mais funcionalidades, que agrega mais qualidades.

E a idéia funcionou tão rapidamente, que hoje acordei fazendo a barba, usando combinações diferentes de roupa, e com vontade de mudar meu cabelo.

Decidi que vou deixa-lo crescer mais, e ver o que posso fazer de legal nele.

Sei que tais mudanças, como premeditado, refletem em mim, no meu eu. E isso é bom! Bom porque me tira dessa cadeira de conforto, controle e sabedoria, e me joga em novos desafios, novas metas, novos objetivos, onde, o que realmente importa, é a jornada, o montante de experiência que adquiro.

Preciso ouvir novos comentários, preciso ser criticado denovo, preciso voltar a ter destaque, voltar a fazer a diferença. Out of Sight, Out of Mind!


Agora termino de almoçar, me levanto desta cadeira, e vou à praça, conversar com um velho amigo. Afinal, a essência (que é muito boa e eu não tenho dúvida alguma disto) não pode mudar.